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Coimbra e Aveiro são os municípios da Região Centro com maior poder de compra
Categories: Desenvolvimento regionalPublished On: 04/12/2023

Apenas quatro municípios da Região Centro – Coimbra, Aveiro, Leiria a Arruda dos Vinhos – manifestavam um poder de compra superior à média nacional. Coimbra e Aveiro destacam-se por estarem nos 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e a sétima posição da hierarquia nacional. Estas são algumas das conclusões da nova edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio relativo a 2021, divulgado, no passado dia 7 de novembro de 2023, pelo Instituto Nacional de Estatística.

Este estudo visa caracterizar os municípios portugueses do ponto de vista do poder de compra manifestado nesses territórios, tendo periodicidade bienal. Os dados desta edição derivam de um modelo de análise fatorial em componentes principais com 16 variáveis (relativizadas pela população residente) e permitem gerar três indicadores de síntese: Indicador per Capita (IpC), Percentagem de Poder de Compra (PPC) e Fator Dinamismo Relativo (FDR). Na construção destes indicadores foram consideradas variáveis como o rendimento bruto declarado para efeitos de IRS, o crédito à habitação concedido, o valor das compras nacionais e internacionais através de terminais de pagamento automático, o valor das operações de pagamentos em caixas multibanco, o ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem, o valor das transações por venda de alojamentos familiares, o valor das rendas dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares, o volume de negócios das empresas de comércio a retalho e restauração com atividade, as diversas tipologias de impostos (IUC, IMT, IMI, IRS), entre outras.

O Indicador do Poder de Compra per Capita (IpC) pretende refletir o poder de compra manifestado regularmente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor de Portugal (Portugal = 100). Os resultados agora divulgados deste indicador continuam a apontar para um território nacional assimétrico. O Centro é a região do Continente com o poder de compra per capita mais baixo (89,9), evidenciando uma posição apenas mais favorável do que as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A Área Metropolitana de Lisboa é a única região portuguesa com um IpC superior à média nacional.

Quanto ao poder de compra per capita das sub-regiões, nenhuma das NUTS III do Centro regista valores superiores à média nacional (situação que apenas ocorre nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto). Ainda assim, as quatro sub-regiões localizadas no litoral (Região de Leiria, Região de Coimbra, Região de Aveiro e Oeste) apresentam os níveis de poder de compra mais elevados, ultrapassando a média regional. Por contraste, as restantes quatro NUTS III da região revelam um poder de compra abaixo da média nacional e regional. A sub-região Beiras e Serra da Estrela apresenta um poder de compra de cerca de 80% da média nacional.

Relativamente ao poder de compra per capita municipal, apenas quatro municípios da Região Centro superam, simultaneamente, o valor da média nacional e regional: Coimbra (119,76), Aveiro (119,68), Leiria (105,73) e Arruda dos Vinhos (103,15). Coimbra e Aveiro encontram-se entre os 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e sétima posição no ranking municipal nacional. De salientar que, dos 308 municípios portugueses, apenas 31 se posicionam acima da média nacional, destacando-se Lisboa, com um poder de compra que quase duplica o índice nacional (186,34), Oeiras (165,50), Porto (147,63), Cascais (121,83) e Sines (120,33). Os restantes municípios correspondem sobretudo a territórios metropolitanos de Lisboa e do Porto e a algumas capitais de distrito. Esta distribuição aponta para uma relação positiva entre o grau de urbanização dos municípios e o poder de compra neles manifestado.

Com um poder de compra inferior à média nacional, mas acima da média da Região Centro, identificam-se nove municípios: Entroncamento, Caldas da Rainha, Viseu, Castelo Branco, Guarda, Torres Novas, Figueira da Foz, Torres Vedras e Marinha Grande.

Os restantes 87 municípios do Centro apresentam um poder de compra inferior à média regional. Com valores de IpC inferiores a 75 contabilizam-se 41 municípios do Centro, maioritariamente territórios do interior. Os três municípios com menor poder de compra per capita manifestado, abaixo dos 65% da média nacional, são Penamacor (terceiro município com menor poder de compra a nível nacional), Sabugal, Fornos de Algodres e Pampilhosa da Serra.


Região Centro concentra 19% do poder de compra nacional; as quatro sub-regiões do litoral concentram 13%

O indicador Percentagem de Poder de Compra (PPC) deriva do IpC e do peso demográfico de cada unidade territorial. Este pretende avaliar o grau de concentração do poder de compra nacional através do peso do poder de compra de cada território no total do país (100%). A Região Centro concentra 19,4% do poder de compra manifestado a nível nacional. No entanto, 13,1% resulta das quatro sub-regiões do litoral: Região de Coimbra, Região de Aveiro, Oeste e Região de Leiria. A Beira Baixa é a sub-região do Centro a que corresponde menor poder de compra (0,7%).

Dos municípios da região, Coimbra e Leiria são novamente os que evidenciam a maior percentagem de poder de compra no total nacional: 1,6% e 1,3%, respetivamente. Estes dois territórios integram o conjunto dos 22 municípios que, no total dos 308, concentram individualmente mais de 1% do poder de compra nacional. Seguiam-se os municípios de Aveiro (0,9%), Viseu (0,9%), Torres Vedras (0,8%) e Figueira da Foz (0,5%), Caldas da Rainha (0,5%), Castelo Branco (0,5%), Ovar (0,5%) e Alcobaça (0,5%).

Em termos nacionais, Lisboa destaca-se uma vez mais ao representar 9,7% do poder de compra total. As regiões NUTS III Área Metropolitana de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) concentram mais de metade do poder de compra nacional (51,0%, apesar de reunirem 44,5% da população do país), com os municípios de Lisboa, Sintra, Oeiras, Cascais e Loures (da AML) e Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos (da AMP) a representarem, em conjunto, 28,9% do poder de compra do país e individualmente mais de 2% desse valor. Os resultados deste indicador sugerem que o poder de compra se encontra associado à dimensão urbana dos municípios e, portanto, territorialmente muito concentrado.

Nazaré e Óbidos são os municípios da Região Centro em que o efeito sazonal da atividade turística tem maior influência no poder de compra

Por último, o indicador Fator Dinamismo Relativo (FDR) reflete o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística. O presente indicador pretende assim traduzir a tendência que subsiste, sobretudo de dinâmica comercial, depois de retirada a influência do poder de compra manifestado regularmente nos territórios. Na Região Centro com um FDR acima de 1 encontram-se os municípios de Nazaré e Óbidos, ambos da sub-região Oeste. Porém, isto não significa que, na maioria dos municípios da Região Centro, a atividade turística seja irrelevante, mas apenas que o seu efeito vem diluído pelo poder de compra manifestado diariamente nesses territórios. Nesta análise, o Algarve evidencia-se com 13 municípios a apresentarem um FDR superior a 1 (num total de 19 a nível nacional).

A informação referente à série do Indicador do Poder de Compra per Capita encontra-se disponível no domínio “CENTRO” da plataforma “DataCentro – Informação para a Região”, o qual pode ser consultado em http://datacentro.ccdrc.pt

O Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio 2021, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pode ser consultado here.

Coimbra e Aveiro são os municípios da Região Centro com maior poder de compra
Coimbra e Aveiro são os municípios da Região Centro com maior poder de compra
Categories: Desenvolvimento regionalPublished On: 04/12/2023

Apenas quatro municípios da Região Centro – Coimbra, Aveiro, Leiria a Arruda dos Vinhos – manifestavam um poder de compra superior à média nacional. Coimbra e Aveiro destacam-se por estarem nos 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e a sétima posição da hierarquia nacional. Estas são algumas das conclusões da nova edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio relativo a 2021, divulgado, no passado dia 7 de novembro de 2023, pelo Instituto Nacional de Estatística.

Este estudo visa caracterizar os municípios portugueses do ponto de vista do poder de compra manifestado nesses territórios, tendo periodicidade bienal. Os dados desta edição derivam de um modelo de análise fatorial em componentes principais com 16 variáveis (relativizadas pela população residente) e permitem gerar três indicadores de síntese: Indicador per Capita (IpC), Percentagem de Poder de Compra (PPC) e Fator Dinamismo Relativo (FDR). Na construção destes indicadores foram consideradas variáveis como o rendimento bruto declarado para efeitos de IRS, o crédito à habitação concedido, o valor das compras nacionais e internacionais através de terminais de pagamento automático, o valor das operações de pagamentos em caixas multibanco, o ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem, o valor das transações por venda de alojamentos familiares, o valor das rendas dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares, o volume de negócios das empresas de comércio a retalho e restauração com atividade, as diversas tipologias de impostos (IUC, IMT, IMI, IRS), entre outras.

O Indicador do Poder de Compra per Capita (IpC) pretende refletir o poder de compra manifestado regularmente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor de Portugal (Portugal = 100). Os resultados agora divulgados deste indicador continuam a apontar para um território nacional assimétrico. O Centro é a região do Continente com o poder de compra per capita mais baixo (89,9), evidenciando uma posição apenas mais favorável do que as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A Área Metropolitana de Lisboa é a única região portuguesa com um IpC superior à média nacional.

Quanto ao poder de compra per capita das sub-regiões, nenhuma das NUTS III do Centro regista valores superiores à média nacional (situação que apenas ocorre nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto). Ainda assim, as quatro sub-regiões localizadas no litoral (Região de Leiria, Região de Coimbra, Região de Aveiro e Oeste) apresentam os níveis de poder de compra mais elevados, ultrapassando a média regional. Por contraste, as restantes quatro NUTS III da região revelam um poder de compra abaixo da média nacional e regional. A sub-região Beiras e Serra da Estrela apresenta um poder de compra de cerca de 80% da média nacional.

Relativamente ao poder de compra per capita municipal, apenas quatro municípios da Região Centro superam, simultaneamente, o valor da média nacional e regional: Coimbra (119,76), Aveiro (119,68), Leiria (105,73) e Arruda dos Vinhos (103,15). Coimbra e Aveiro encontram-se entre os 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e sétima posição no ranking municipal nacional. De salientar que, dos 308 municípios portugueses, apenas 31 se posicionam acima da média nacional, destacando-se Lisboa, com um poder de compra que quase duplica o índice nacional (186,34), Oeiras (165,50), Porto (147,63), Cascais (121,83) e Sines (120,33). Os restantes municípios correspondem sobretudo a territórios metropolitanos de Lisboa e do Porto e a algumas capitais de distrito. Esta distribuição aponta para uma relação positiva entre o grau de urbanização dos municípios e o poder de compra neles manifestado.

Com um poder de compra inferior à média nacional, mas acima da média da Região Centro, identificam-se nove municípios: Entroncamento, Caldas da Rainha, Viseu, Castelo Branco, Guarda, Torres Novas, Figueira da Foz, Torres Vedras e Marinha Grande.

Os restantes 87 municípios do Centro apresentam um poder de compra inferior à média regional. Com valores de IpC inferiores a 75 contabilizam-se 41 municípios do Centro, maioritariamente territórios do interior. Os três municípios com menor poder de compra per capita manifestado, abaixo dos 65% da média nacional, são Penamacor (terceiro município com menor poder de compra a nível nacional), Sabugal, Fornos de Algodres e Pampilhosa da Serra.


Região Centro concentra 19% do poder de compra nacional; as quatro sub-regiões do litoral concentram 13%

O indicador Percentagem de Poder de Compra (PPC) deriva do IpC e do peso demográfico de cada unidade territorial. Este pretende avaliar o grau de concentração do poder de compra nacional através do peso do poder de compra de cada território no total do país (100%). A Região Centro concentra 19,4% do poder de compra manifestado a nível nacional. No entanto, 13,1% resulta das quatro sub-regiões do litoral: Região de Coimbra, Região de Aveiro, Oeste e Região de Leiria. A Beira Baixa é a sub-região do Centro a que corresponde menor poder de compra (0,7%).

Dos municípios da região, Coimbra e Leiria são novamente os que evidenciam a maior percentagem de poder de compra no total nacional: 1,6% e 1,3%, respetivamente. Estes dois territórios integram o conjunto dos 22 municípios que, no total dos 308, concentram individualmente mais de 1% do poder de compra nacional. Seguiam-se os municípios de Aveiro (0,9%), Viseu (0,9%), Torres Vedras (0,8%) e Figueira da Foz (0,5%), Caldas da Rainha (0,5%), Castelo Branco (0,5%), Ovar (0,5%) e Alcobaça (0,5%).

Em termos nacionais, Lisboa destaca-se uma vez mais ao representar 9,7% do poder de compra total. As regiões NUTS III Área Metropolitana de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) concentram mais de metade do poder de compra nacional (51,0%, apesar de reunirem 44,5% da população do país), com os municípios de Lisboa, Sintra, Oeiras, Cascais e Loures (da AML) e Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos (da AMP) a representarem, em conjunto, 28,9% do poder de compra do país e individualmente mais de 2% desse valor. Os resultados deste indicador sugerem que o poder de compra se encontra associado à dimensão urbana dos municípios e, portanto, territorialmente muito concentrado.

Nazaré e Óbidos são os municípios da Região Centro em que o efeito sazonal da atividade turística tem maior influência no poder de compra

Por último, o indicador Fator Dinamismo Relativo (FDR) reflete o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística. O presente indicador pretende assim traduzir a tendência que subsiste, sobretudo de dinâmica comercial, depois de retirada a influência do poder de compra manifestado regularmente nos territórios. Na Região Centro com um FDR acima de 1 encontram-se os municípios de Nazaré e Óbidos, ambos da sub-região Oeste. Porém, isto não significa que, na maioria dos municípios da Região Centro, a atividade turística seja irrelevante, mas apenas que o seu efeito vem diluído pelo poder de compra manifestado diariamente nesses territórios. Nesta análise, o Algarve evidencia-se com 13 municípios a apresentarem um FDR superior a 1 (num total de 19 a nível nacional).

A informação referente à série do Indicador do Poder de Compra per Capita encontra-se disponível no domínio “CENTRO” da plataforma “DataCentro – Informação para a Região”, o qual pode ser consultado em http://datacentro.ccdrc.pt

O Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio 2021, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pode ser consultado here.

Apenas quatro municípios da Região Centro – Coimbra, Aveiro, Leiria a Arruda dos Vinhos – manifestavam um poder de compra superior à média nacional. Coimbra e Aveiro destacam-se por estarem nos 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e a sétima posição da hierarquia nacional. Estas são algumas das conclusões da nova edição do Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio relativo a 2021, divulgado, no passado dia 7 de novembro de 2023, pelo Instituto Nacional de Estatística.

Este estudo visa caracterizar os municípios portugueses do ponto de vista do poder de compra manifestado nesses territórios, tendo periodicidade bienal. Os dados desta edição derivam de um modelo de análise fatorial em componentes principais com 16 variáveis (relativizadas pela população residente) e permitem gerar três indicadores de síntese: Indicador per Capita (IpC), Percentagem de Poder de Compra (PPC) e Fator Dinamismo Relativo (FDR). Na construção destes indicadores foram consideradas variáveis como o rendimento bruto declarado para efeitos de IRS, o crédito à habitação concedido, o valor das compras nacionais e internacionais através de terminais de pagamento automático, o valor das operações de pagamentos em caixas multibanco, o ganho mensal dos trabalhadores por conta de outrem, o valor das transações por venda de alojamentos familiares, o valor das rendas dos novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares, o volume de negócios das empresas de comércio a retalho e restauração com atividade, as diversas tipologias de impostos (IUC, IMT, IMI, IRS), entre outras.

O Indicador do Poder de Compra per Capita (IpC) pretende refletir o poder de compra manifestado regularmente, em termos per capita, nos diferentes municípios ou regiões, tendo por referência o valor de Portugal (Portugal = 100). Os resultados agora divulgados deste indicador continuam a apontar para um território nacional assimétrico. O Centro é a região do Continente com o poder de compra per capita mais baixo (89,9), evidenciando uma posição apenas mais favorável do que as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. A Área Metropolitana de Lisboa é a única região portuguesa com um IpC superior à média nacional.

Quanto ao poder de compra per capita das sub-regiões, nenhuma das NUTS III do Centro regista valores superiores à média nacional (situação que apenas ocorre nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto). Ainda assim, as quatro sub-regiões localizadas no litoral (Região de Leiria, Região de Coimbra, Região de Aveiro e Oeste) apresentam os níveis de poder de compra mais elevados, ultrapassando a média regional. Por contraste, as restantes quatro NUTS III da região revelam um poder de compra abaixo da média nacional e regional. A sub-região Beiras e Serra da Estrela apresenta um poder de compra de cerca de 80% da média nacional.

Relativamente ao poder de compra per capita municipal, apenas quatro municípios da Região Centro superam, simultaneamente, o valor da média nacional e regional: Coimbra (119,76), Aveiro (119,68), Leiria (105,73) e Arruda dos Vinhos (103,15). Coimbra e Aveiro encontram-se entre os 10 municípios com maior poder de compra do país, ocupando, respetivamente, a sexta e sétima posição no ranking municipal nacional. De salientar que, dos 308 municípios portugueses, apenas 31 se posicionam acima da média nacional, destacando-se Lisboa, com um poder de compra que quase duplica o índice nacional (186,34), Oeiras (165,50), Porto (147,63), Cascais (121,83) e Sines (120,33). Os restantes municípios correspondem sobretudo a territórios metropolitanos de Lisboa e do Porto e a algumas capitais de distrito. Esta distribuição aponta para uma relação positiva entre o grau de urbanização dos municípios e o poder de compra neles manifestado.

Com um poder de compra inferior à média nacional, mas acima da média da Região Centro, identificam-se nove municípios: Entroncamento, Caldas da Rainha, Viseu, Castelo Branco, Guarda, Torres Novas, Figueira da Foz, Torres Vedras e Marinha Grande.

Os restantes 87 municípios do Centro apresentam um poder de compra inferior à média regional. Com valores de IpC inferiores a 75 contabilizam-se 41 municípios do Centro, maioritariamente territórios do interior. Os três municípios com menor poder de compra per capita manifestado, abaixo dos 65% da média nacional, são Penamacor (terceiro município com menor poder de compra a nível nacional), Sabugal, Fornos de Algodres e Pampilhosa da Serra.


Região Centro concentra 19% do poder de compra nacional; as quatro sub-regiões do litoral concentram 13%

O indicador Percentagem de Poder de Compra (PPC) deriva do IpC e do peso demográfico de cada unidade territorial. Este pretende avaliar o grau de concentração do poder de compra nacional através do peso do poder de compra de cada território no total do país (100%). A Região Centro concentra 19,4% do poder de compra manifestado a nível nacional. No entanto, 13,1% resulta das quatro sub-regiões do litoral: Região de Coimbra, Região de Aveiro, Oeste e Região de Leiria. A Beira Baixa é a sub-região do Centro a que corresponde menor poder de compra (0,7%).

Dos municípios da região, Coimbra e Leiria são novamente os que evidenciam a maior percentagem de poder de compra no total nacional: 1,6% e 1,3%, respetivamente. Estes dois territórios integram o conjunto dos 22 municípios que, no total dos 308, concentram individualmente mais de 1% do poder de compra nacional. Seguiam-se os municípios de Aveiro (0,9%), Viseu (0,9%), Torres Vedras (0,8%) e Figueira da Foz (0,5%), Caldas da Rainha (0,5%), Castelo Branco (0,5%), Ovar (0,5%) e Alcobaça (0,5%).

Em termos nacionais, Lisboa destaca-se uma vez mais ao representar 9,7% do poder de compra total. As regiões NUTS III Área Metropolitana de Lisboa (AML) e do Porto (AMP) concentram mais de metade do poder de compra nacional (51,0%, apesar de reunirem 44,5% da população do país), com os municípios de Lisboa, Sintra, Oeiras, Cascais e Loures (da AML) e Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos (da AMP) a representarem, em conjunto, 28,9% do poder de compra do país e individualmente mais de 2% desse valor. Os resultados deste indicador sugerem que o poder de compra se encontra associado à dimensão urbana dos municípios e, portanto, territorialmente muito concentrado.

Nazaré e Óbidos são os municípios da Região Centro em que o efeito sazonal da atividade turística tem maior influência no poder de compra

Por último, o indicador Fator Dinamismo Relativo (FDR) reflete o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela atividade turística. O presente indicador pretende assim traduzir a tendência que subsiste, sobretudo de dinâmica comercial, depois de retirada a influência do poder de compra manifestado regularmente nos territórios. Na Região Centro com um FDR acima de 1 encontram-se os municípios de Nazaré e Óbidos, ambos da sub-região Oeste. Porém, isto não significa que, na maioria dos municípios da Região Centro, a atividade turística seja irrelevante, mas apenas que o seu efeito vem diluído pelo poder de compra manifestado diariamente nesses territórios. Nesta análise, o Algarve evidencia-se com 13 municípios a apresentarem um FDR superior a 1 (num total de 19 a nível nacional).

A informação referente à série do Indicador do Poder de Compra per Capita encontra-se disponível no domínio “CENTRO” da plataforma “DataCentro – Informação para a Região”, o qual pode ser consultado em http://datacentro.ccdrc.pt

O Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio 2021, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), pode ser consultado here.

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