“…o Mediterrâneo é uma encruzilhada muito antiga. Há milénios tudo converge em sua direção,
confundindo e enriquecendo a sua história: homem, animais de carga, veículos. Mercadorias,
navios, ideias, religiões, artes de viver.”
(Braudel, 1987)
…o pão, o azeite e o vinho são três ingredientes da Dieta Mediterrânica que têm acompanhado a humanidade desde há oito mil anos…
Portugal guarda por todo o seu território testemunhos da presença de povos vindos do Mediterrâneo, sendo muitas cidades fundadas na Antiguidade.
Assim, muito embora associada sobretudo ao Sul do País, a Dieta Mediterrânica (DM) está também enraizada na cultura rural da região Centro.
É disto testemunho a disseminação de uma das culturas mais emblemáticas da DM, o olival.
Na região Centro, o olival tradicional e de montanha persiste e está a ser revalorizado.
Os territórios rurais da região são sinónimo de tradições, de festividades, de celebrações e de costumes. Muitos têm a sua origem nos ciclos agrários e nos alimentos, marcas de um modo de vida associado à DM.
A identidade deste território que, simbolicamente, acompanha o percurso do rio Mondego, é marcada por um sistema agro-silvo-pastoril adaptado aos recursos disponíveis na região, por uma grande variedade de produtos hortofrutícolas e, ainda, por aves e animais de pequeno porte de raças autóctones.
A pequena pesca artesanal, igualmente integrante da DM, assume na Região uma importância significativa.
A região Centro, tradicionalmente rica em variedades de fruteiras regionais, como a maçã Bravo Esmolfe, que tem aqui o seu berço e a cereja do Fundão, emblema da região que lhe dá o nome, é caraterizada pela elevada diversidade e grande qualidade de diferentes espécies hortofrutícolas.
Delas fazem parte antigas variedades regionais de hortícolas e leguminosas, como a Cherovia, a Feijoca e o Chícharo, tradicionalmente confecionadas na região e que estão na origem de festividades e eventos associados aos produtos, aos processos de trabalho e ao consumo.
Os saberes-fazer dos artesãos permanecem no tempo, enaltecendo uma cultura e património inigualáveis, como o chocalho, a olaria, a tapeçaria e as técnicas de conservação de alimentos, como a que dá origem à inigualável Pêra passa.
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