Esse projeto está centrado no Santuário de Fátima e em toda a sua envolvente associada às peregrinações e constitui, hoje, um elemento estruturante do património da Região Centro e um recurso imprescindível para uma estratégia de desenvolvimento regional e local. Por outro lado, a dimensão que vem adquirindo a procura pelo Caminho Português de Santiago, representa um elemento a ter em conta pelos territórios que são cada vez mais procurados por peregrinos das mais diversas nacionalidades.
Neste sentido a CCDRC promoveu a assinatura de um protocolo de cooperação envolvendo entidades religiosas (Dioceses de Coimbra e Leiria-Fátima e Santuário de Fátima), Municípios (Alvaiázere, Ansião, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Ourém e Penela) e entidades do setor do turismo (Entidade Regional de Turismo do Centro e Entidade de Turismo Leiria-Fátima) para «estruturar, qualificar e promover os “Caminhos de Fátima – Rotas de Peregrinação”, que tinha como objetivo «oferecer orientação, apoio e segurança aos peregrinos e contribuir ao mesmo tempo, para a dinamização das localidades percorridas e para a valorização dos seus recursos».
Durante estes trabalhos, tornou-se também evidente que esta rota de peregrinação para Fátima apresenta uma forte complementaridade com o Caminho Português de Santiago, na medida que, em grande parte do seu traçado, são coincidentes, naturalmente com sentidos opostos. Assim, tornou-se evidente para a CCDRC que fazia o maior sentido a abordagem integrada destas duas dimensões das rotas de peregrinação na Região Centro, bem como fazer deste projeto uma intervenção exemplar em termos de desenvolvimento regional, designadamente porque:
i) se trata das principais rotas de peregrinação para Fátima e Santiago de Compostela, e se pretende que estas constituíam uma iniciativa piloto que possa ser replicada noutros territórios da região Centro, sendo mesmo um exemplo para outras regiões portuguesas e europeias;
ii) está vocacionado para se constituir como um elemento diferenciador das habituais rotas de peregrinação (em particular de Fátima), atraindo novos públicos, sensíveis à dimensão espiritual das peregrinações mas também aos inúmeros atrativos dos territórios que percorrem;
iii) envolve territórios diversificados, com destaque para zonas que, localizando-se no litoral da região Centro, incluem espaços de baixa densidade marcadamente rurais;
iv) pretende criar as condições de base para a emergência de novas oportunidades de negócio, associadas a uma procura crescente relacionada com alojamento, restauração, visitação do património, atividades de lazer, artesanato, produtos agroalimentares tradicionais e todo um conjunto de serviços locais de apoio aos peregrinos;
iii) abarca um conjunto de entidades cujas competências e capacidades de intervenção se complementam, assegurando a coerência e a sustentabilidade do projeto: as autoridades religiosas, as associações de peregrinos e as associações locais, os municípios, a entidade de turismo do Centro de Portugal e a CCDRC.
Em conclusão, a CCDRC está empenhada em colaborar muito estreitamente com a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, que assumiu a liderança do projeto, nomeadamente criando as condições para o seu financiamento, mas também com os municípios que são, em última instância, os responsáveis pela concretização no terreno das intervenções para a estruturação das rotas de peregrinação.
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